Agendando um Exame

Podemos dizer que existem coisas que podem ser consideradas ofensivas, mas hoje presenciei uma cena que me deixou rindo até agora pouco.

Todo mundo, em seu convívio, tem, ou um dia terá, um amigo que fale diferente devido à sua tal da língua presa. Claro que nenhum deles gostam de ser caçoados por esse motivo, mas quando se presencia uma cena como tal que vi, é inevitável cair no chão e rolar de rir.

Estava conversando com uma amiga na marcação de consultas. Ela estava marcando-as e eu, ao seu lado, estava apenas observando, pois meu horário de iniciar o trabalho ainda não havia chegado.

Estávamos jogando conversa fora, rindo, papeando amigavelmente, eis que surge alguém para agendar um exame.

Ela toma o pedido de suas mãos, solicita à paciente que sentasse enquanto a aguardasse pesquisar no sistema por uma vaga. Estava toda solícita e com um sorriso no rosto.

Eu consigo ‘paga’ o dia 15 ‘agoga’ às 14:00 ‘hogas’. Ela informa à paciente.

Qual nome do médico? A paciente pergunta.

Doutor Mauguício. Ela responde.

Ah, tudo bem. Diz a paciente. Pode marcar.

Então, ela faz o agendamento, imprime o preparo e entrega à paciente e se volta para mim a fim de continuarmos a conversa. A paciente agradece e começa a se levantar.

De repente, ela parece ficar com uma dúvida em relação aquela marcação. Ela olha para essa minha amiga e pergunta.

Escuta... Quem é esse Mauguício?

Ela, ao ver a dúvida da paciente tentou explicar, mas só piorou o caso.

Não é Mauguício, é MAUGUÍCIO! Dizia atônita.

A paciente continuava sem entender nada.

Eu comecei a esboçar um ar de riso, mas tentava me conter.

Mas eu não sei quem é esse Mauguício. Insistia a paciente.

Mas não é Mauguício... É MAUGUÍCIO! Ela exclama mais uma vez.

A paciente ainda não entendia.

No mesmo instante, a feição de minha amiga já não era marcada por um sorriso. Ela estava ficando impaciente.

De repente, ela agarra o monitor do computador com uma força brutal e volta-o ferozmente para a paciente mostrando-lhe o nome do médico.

Ah! Exclama a paciente. É Maurício! Conclui.

Isso! Minha amiga responde enfatizando.

Ah, está bem. Eu o conheço. Ele é bem simpático. Obrigada. Diz a paciente.

Após a paciente partir, minha amiga se volta para mim.

Eu já com a mão na boca segurando ao máximo minha risada, pois isso só a deixaria ainda mais zangada, pergunto: Tudo bem aí? Sabendo que isso era o que mais a irritava.

Ai, eu odeio ter língua ‘pguesa’! Ela responde.

Minha reação?

Rir descomunalmente da cara dela.

A reação dela?

De querer minha morte naquele instante.

A reação da paciente?

Deve estar rindo muito também.

Fonte da imagem: www.mundodastribos.com