segunda-feira, 21 de março de 2016

Politrauma Impossível



Quieto em meu canto. Perdido em pensamentos de como será meu final de semana quando telefone toca. O toque era interno.
Atendo.
Emergência aos berros. 
Ha um politrauma aqui! Acidente de ônibus. Precisamos do raio-x agora!
Minha reação instantânea. Pulo da cadeira. Saio imbuído de filmes pronto para enfrentar uma guerra de mil incidências.
Crânio, tórax, braços, colunas, pelve, pernas e joelhos e todo o resto.  Penso comigo.
Chego à emergência com o tal politrauma imobilizado perdido em meus pensamentos de como farei para fotografar sem movê-lo. Meu rosto já pálido pensando. Este meu fim de semana?
Onde esta o politrauma? - pergunto.
Ali. Reaponde o médico.
Viro e me deparo com uma senhora dançando, cantando e sapateando pela sala.
Você que vai fazer meu ‘rau-xis’? Pergunta-me.
Eu, com aquela cara lívida que só a raiva e ódio mortal pelo brilhante médico pôde proporcionar, respondo. Sou.
Ah que bom! Você até que demorou pra vir.

Seu acidente?
Um leve tombo enquanto descia do ônibus.

Minha cara quando a viu?
De bunda que não estava entendendo nada.

Meu sentimento pelo médico que solicitou o exame?
      Espero que ele aprenda a não nos assustar mais com sua definição de "politrauma".

Fonte da Imagem: www.uilfpltaranto.it

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